Antes de falar sobre os Estilos de Apego, acho importante contextualizar como foi o processo até o seu desenvolvimento. No post trago um pouco sobre o experimento "Situação Estranha" de Mary Ainsworth.
A teoria dos Estilos de Apego foi desenvolvida por Mary Ainsworth, colega de John Bowlby, em uma pesquisa intitulada "Situação Estranha". Nesse experimento, a criança era separada da mãe, colocada em contato com um estranho e posteriormente, retornava o contato com a mãe. Nessa pesquisa, Mary tinha o objetivo de observar 4 categorias de comportamento das crianças:
- A ansiedade de separação da criança frente a ausência da mãe;
- A disposição da criança para explorar o ambiente sem um cuidador próximo;
- A ansiedade ao estranho;
- O comportamento no reencontro com a mãe.
Algumas crianças ficavam muito angustiadas sem a presença da mãe, outras demonstravam indiferença, outras choravam muito na presença do estranho, etc. A partir desses resultados, Mary estipulou os 4 estilos de apego:
Apego seguro
Apego ansioso/esquivo
Apego evitativo/ambivalente
Apego desorganizado/desorientado
A forma como a criança reagia dizia respeito à relação criança-cuidador, ou seja, se ela encontrava na figura de apego alguém que iria acalmá-la e se conseguia continuar tranquila e segura mesmo distante dessa figura (relação entre intimidade com o cuidador e autonomia da criança). O estilo de apego desenvolvido com os cuidadores vai oferecer, futuramente, representações de si mesmo e também da relação com o outro, funcionando como um "molde" de como nos vemos e construímos relação com os outros.
Até hoje, os 4 estilos de apego encontrados na literatura são decorrentes da pesquisa de Mary, porém, muitos autores contemporâneos falam da importância de se olhar para outros fatores além da relação cuidador-criança para chegar nesses resultados. Questões socioculturais, históricas, de raça e de gênero são alguns pontos que hoje em dia surgem como influenciadores dessa construção do apego.
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